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Carrapatos são artrópodes da Classe Arachnida (mesma ordem das aranhas), na subclasse Acarina (mesma subclasse dos ácaros). Os carrapatos são ectoparasitas obrigatórios, alimentando-se de sangue. Por ser hematófago os carrapatos são transmissores de uma série de vírus, bactérias e protozoários que são prejudiciais aos seres humanos e demais animais. Aproximadamente 10% dos carrapatos parasitam os seres humanos e seus pets. A maioria das espécies são ectopasaditas de animais silvestres como mamíferos, aves e até répteis.
As espécies de carrapatos mais comuns no Brasil são Amblyomma sculptum ou Amblyomma cajennense (carrapato-estrela) quando contaminado transmite a febre maculosa, parasita o homem, mamíferos e aves. Na sua fase larval é conhecido como micuim, pode ficar esperando um hospedeiro sem se alimentar até 24 meses. Na sua forma adulta, o carrapato-estrela fica grande chegando a 5 mm. No hospedeiro causa coceira e inflamação. Importância para saúde pública. Rhipicephalus sanguineus (carrapato-vermelho-do-cão) ocorre em cães e gatos, preferem a região próxima as orelhas dos animais. São ótimos saltadores, espalhando-se no canil e nas casas. Boophilus microplus (carrapato-de-boi) transmite ao gado a babesiose e Argas miniatus (carrapato-de-galinha) transmite às galinhas a bouba.
O ciclo de vida destes parasitas é composto de 4 fases ovo, fase de larva, ninfa, adulto, que se alternam em fases de vida livre e fases parasitárias. Há três tipos de parasitismo: carrapatos de um hospedeiro (Boophilus microplus), carrapatos de dois hospedeiros e carrapatos de três hospedeiros (Amblyomma cajennense). O ciclo de biológico de Amblyomma cajennense tem (carrapato-estrela) tem início no solo com a postura dos ovos, as larvas que eclodem dos ovos procuram na vegetação de áreas livre, jardins ou logradouros públicos abrigo até encontrar um hospedeiro. Parasita o seu hospedeiro até chegar a fase de muda, quando retorna ao solo passando assim para o estágio de ninfa. A fase de ninfa é prolongada podendo chegar a 1 ano, quando encontram um novo hospedeiro voltam a parasitar. Uma vez alimentado cai no solo e muda novamente, agora para a fase adulta. O carrapato procura então seu terceiro hospedeiro, no qual irá parasitar mais uma vez. Quando cheias de sangue as fêmeas retornam ao solo para realizar a ovoposição no ambiente.
A transmissão da febre maculosa por carrapatos está associada à degradação ambiental e a condições sanitárias de animais doentes, soma-se a estes fatores o desmatamento e aumento progressivo de pastagens em áreas de preservação ambiental. O carrapato-estrela pode infestar casas trazidos por animais domésticos que diariamente passeiam pelas ruas, além destes animais, podem ser trazidos por ratos ou gambás.
O controle de carrapatos é difícil de ser realizado por vários fatores, principalmente pelo fato de que os carrapatos podem viver longos períodos fora do corpo do hospedeiro, ou seja, sem se alimentar, além disso, adquiriram resistência há vários carrapaticidas.
A aplicação de produtos contra carrapatos deve ser realizada nos ambientes os animais domésticos tem acesso, principalmente o lugar onde dormem. Frestas em pisos ou rachaduras em paredes e ralos devem desprender especial atenção. O tratamento deve ser repetido preferencialmente a cada 15 dia e no mínimo deve ser repetida por 3 vezes. É indicada a rotação dos princípios ativos a cada 2 ou 3 aplicações com a finalidade de evitar que os carrapatos se tornem resistentes.
Outro tratamento utilizado é a “vassoura de fogo”. Este é um equipamento lança-chamas, que deve ser manipulado por um técnico capacitado. A técnica deve ser utilizada em locais de alvenaria em que seja possível passar a chama de fogo.
Como medidas preventivas temos: Vedar frestas em pisos ou buracos em paredes; lavar canis, currais e demais locais onde os animais tem acesso aplicando produtos que possam repelir carrapatos; verificar rotineiramente a existência de carrapatos em animais domésticos. O controle dos carrapatos deve ser realizado como produtos registrados e indicados por veterinários, no caso tratamento em animais, de forma rotineira a fim de evitar a proliferação excessiva e uma infestação de carrapatos em sua residência.
Literatura consultada
INEA. 2019. Disponível em: http://www.inea.rj.gov.br/Portal/Agendas/LicenciamentoAmbiental/Licenciamento-saiba-mais/Controledevetoresepragas/index.htm&lang=PT-BR. Acesso em: 22 jan. 2019.
CDC, 2019. Centers for Disease Control and Prevention. Disponível em: <http://www.cdc.gov/parasites/
lice/>. Acesso em: 15 jan. 2019.
COMISSÃO NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA VETERINÁRIA (CNSPV). Revista CFMV, Brasília, DF, ano XV, n.48, p. 9-14, 2009. Disponível em: <http://www.cfmv.org.br/portal/revista.php?pg=revista/edicoes_anteriores.php>. Acesso em: 21 jan. 2019.
SÃO PAULO. Secretaria de Meio Ambiente. 2013. Fauna Urbana vol 1. Cadernos de educação ambiental 17. Disponível em: http://arquivo.ambiente.sp.gov.br/cea/2013/11/caderno-educacao-ambiental-17-vol-1.pdf. Acesso em: 22. jan. 2019.