As pulgas são pequenos insetos incluídos na Ordem Siphonaptera (siphos= sifão ou tubo, aptera= sem asas). São ectoparasitas (parasitas externos), hematófogos, ou seja, necessitam do sangue dos seus hospedeiros para sobreviver, durante a fase adulta. Alimentam-se de sangue de mamíferos, incluído os seres humanos e algumas aves.  A picada, além de irritação na pele de algumas pessoas mais sensíveis, transmite uma série de doenças provocadas por vírus, bactérias e vermes.  

Relação hospedeiro-pulga

São insetos bem pequenos ca. 3 mm de comprimento, tem o corpo achatado lateralmente. Seu corpo é liso (não tem pelos nem é rugoso) facilitando a sua locomoção entre o pelo dos animais). A relação das pulgas com seus hospedeiros é bastante específica (interação específica), por exemplo existe a pulga de gato, do cachorro, de morcego, de homem. Eventualmente as pulgas de animais domésticos picam seres humanos, alimentando-se do sangue destes. Podemos citar como exemplo a pulga-de-rato (Xenopsyla queops), infectada pela bactéria  Yersinia pestis que é a causadora da peste bubônica e Rickettsia typhi (causadora do Tifo). A própria pulga pode ser a causadora de injúrias para o ser humano. Pulex irritans é a pulga-do-homem, ela causa coceira, vermelhidão e inflamação no local da mordida. No caso de Tunga penetrans mais conhecido como “bicho-do-pé”, a fêmea entra debaixo da pele do homem, geralmente no pé, e suga o sangue do hospedeiro, este processo pode resultar uma grande infecção tetânica ou gangrenosa.

Foto em microscopia ótica, pulgas do homem (Pulex irritans).
Pulga do homem (Pulex irritans)

Espécies de pulgas com relevância para a saúde pública

São importantes para a saúde publica as espécies Pulex irritans (pulga-do-homem), Xenopsyla queops (pulga-de-rato), Tunga penetrans (bicho-do-pé) prejudicando o seu bem estar e por causarem doenças ao homem, como relatado acima. 

 

Image removed.
vários ovos sobre dedo infectado por bicho de pé (Tunga penetrans).  

Ciclo de vida     

Durante o seu ciclo de vida, a pulga passa pelas fases de ovo, larva, pupa e imago, sendo por tanto insetos holometabólicos, ou seja, realizam metamorfose completa. Em condições favoráveis de temperatura e umidade, o ciclo se completa em cerca de 30 dias. As pulgas depositam seus ovos no pelo de animais, estes caem no solo e se desenvolvem nas fases jovens da pulga. Ao atingirem a fase adulta permanecem no casulo à espera de algum estímulo, como barulho, calor, vibração, alterações na concentração de CO2 e na umidade relativa do ar, etc. Sem estes estímulos permanecem no casulo esperando o ambiente ficar mais propício. 

Bicho de pé retirado com ovo.
Bicho de pé (Tunga penetrans) retirado com ovo. 

Controle das pulgas

O controle das pulgas deve ser realizado nos animais e nos locais onde as pulgas se desenvolverão em jovens como frestas dos assoalhos, debaixo de almofadas de poltronas e sofás, bordas de colchões, base de tapetes e carpetes.  Medidas de higiene com os animais devem ser tomadas a fim de evitar ou eliminar a infestação, como por exemplo, colocar uma toalha onde o animal dorme e lavá-la uma vez por semana; passar o aspirador de pó ao invés de usar a vassoura, pelo menos uma vez por semana, importante descartar o filtro do aspirador após a limpeza. Tanto ovos de pulgas quanto indivíduos jovens podem ficar no filtro e depois se transformarem em adultos.

Cuidados com o seu animal de estimação

Não se deve utilizar nos animais produtos que se utiliza para desinfestação de ambientes. O veterinário deverá ser consultado para que ele possa indicar o produto mais adequado e a dosagem segura para seu pet. A proteção com produtos com efeito residual deve ser feito com animais que são levados a rua para passeios. No caso de grandes infestações deverá ser contratada uma empresa especializada no controle de pragas urbanas.

Referências citadas


INEA. 2019. Disponível em: http://www.inea.rj.gov.br/Portal/Agendas/LicenciamentoAmbiental/Licenciamento-saiba-mais/Controledevetoresepragas/index.htm&lang=PT-BR. Acesso em: 22 jan. 2019.
COMISSÃO NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA VETERINÁRIA (CNSPV). Revista CFMV, Brasília, DF, ano XV, n.48, p. 9-14, 2009. Disponível em: <http://www.cfmv.org.br/portal/revista.php?pg=revista/edicoes_anteriores.php>. Acesso em: 21 jan. 2019.
SÃO PAULO. Secretaria de Meio Ambiente. 2013. Fauna Urbana vol 1. Cadernos de educação ambiental 17. Disponível em: http://arquivo.ambiente.sp.gov.br/cea/2013/11/caderno-educacao-ambiental-17-vol-1.pdf. Acesso em: 22. jan. 2019.