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Os caramujos e caracóis pertencem à Ordem Gastrópoda que está inserido dentro do Filo Molusca (animais de corpo mole como polvos e lulas). Habitam ambientes terrestres, aquáticos dulcícolas como alagados, brejos, riachos, represas, etc, ainda existem espécies marinhas. Possuem o corpo mole com uma concha em formato de espiral que serve de abrigo e proteção contra predadores.
Caramujos e caracóis são comumente confundidos. Diferentemente das lesmas (que não possuem conchas) ambos possuem concha. O que diferencia estes animais são o ambiente em que vivem. Caracóis são terrestres respiram por pulmões; caramujos são aquáticos e por tanto respiram através de brânquias. O caramujo-africano recebe o nome erroneamente, um a vez que ele é terrestre, deveria ser chamado de caracol-africano.
Caramujos e caracóis desempenham um papel importante nos ecossistemas pois são espécies detritívoras. Alimentado-se de matéria animal e vegetal em decomposição, folhas vivas, minhocas, fungos e outras espécies de caracol. A maioria das espécies de caramujos e caracóis são inofensivas ao homem, algumas até são úteis como o escargot (Helix pomatia).
No entanto existem espécies que se tornaram uma praga devido a sua grande capacidade de dispersão e a falta de predadores naturais nos centros urbanos, como é o caso do conhecido caramujo-africano (Achatina fulica). Este foi trazido ao Brasil na tentativa de ser utilizado no lugar do escargot. Contudo a empreitada não foi bem sucedida e os caramujos-africanos foram soltos pelos seus criadores. Na medida que este caracol se move, produz muco que pode conter patógenos que transmitem doenças ao homem. Além disso este caracol é presa de varias pragas urbanas, sendo assim sua ocorrência no ambiente urbano atrai seus predadores, aumentando, por exemplo, o número de ratazanas e escorpiões em vários municípios.
Algumas espécies de caracóis e lesmas são consideradas para agricultura, pois que atacam plantações, atingindo principalmente hortaliças e plantas ornamentais. Atacam com tal voracidade que destroem as folhas mais rápido do que as plantas podem crescer. Consomem legumes e frutas levando perdas de produtividade e qualidade, ainda levam patógenos às culturas.
Algumas espécies de caramujos aquáticos (Biomphalaria tenagophila, B. glabrata e B. straminea) são transmissores de esquistossomose. Esses caramujos são os hospedeiros do verme Schistosoma mansoni. O caramujo vive em locais alagadiços, como córregos, lagoas, lagos. Em lugares onde falta de saneamento básico, o caramujo ficam contaminados. Quando o homem tem contato com estes ambientes, o verme sai do caramujo e penetra ativamente na pele do homem, principalmente pelo pé. A pessoa contaminada pelo verme torna-se um transmissor por sua capacidade de eliminar ovos nas fezes.
A principal medida de controle de caramujos e caracóis é a catação. Este procedimento é indicado pela manhã ou ao entardecer (horários que os caramujos estão mais ativos), devem ser utilizadas luvas de borrachas ou sacos plásticos para proteger as mãos de possíveis patógenos. Após a catação, devem ser esmagados, cobertos com cal virgem e enterrados, segundo as recomendações do Plano de Ação para o Controle de caramujo-africano. Jogar água fervente, incinerar e jogar no lixo comum após quebrar as conchas são outras opções descarte. O uso de lesmicidas (pesticidas contra lesmas, caramujos e caracóis) não é recomendado devido à alta toxicidade. As iscas tóxicas reduzem a população dos moluscos em 80%.
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